10.18.2010

Ruben de Carvalho no ciclo de Conferências da Imprensa - gravação de Crónicas e Idade Mídia

Ruben Luís Tristão de Carvalho e Silva, 66 anos, nasceu, estudou e vive em Lisboa, onde é actualmente vereador na Câmara Municipal.

Cursou História, mas conquistou logo espaço no jornalismo. Chegou a cargos dirigentes em vários órgãos de comunicação. A revista Vida Mundial, o jornal O Século e a rádio Telefonia de Lisboa são exemplos desse percurso que se mistura com a política. Em Abril de 74, assume a chefia de redacção do primeiro número legal do Avante!, o periódico oficial do PCP. Ocupa o lugar durante vinte anos. A seguir, torna-se deputado pelo mítico círculo eleitoral de Setúbal, na sétima legislatura.

A participação política começara logo no combate ao Estado Novo. Dirigente estudantil a partir de 1961, foi detido várias vezes nessa década, e de novo a 7 de Abril de 1974, quatro anos depois de se filiar no Partido Comunista. Foi também membro das comissões de apoio às candidaturas do General Humberto Delgado para a presidência e da oposição democrática para a Assembleia Nacional. No percurso político, fica ainda a presença no primeiro Governo provisório depois da Revolução dos cravos, como chefe de gabinete do Ministro sem pasta Francisco Pereira de Moura.

É autor de vários livros, sobretudo ligados à música, área de estudo predilecta. São eles Festas de Lisboa, As Músicas do Fado, Seis Canções da Guerra de Espanha e As Palavras das Cantigas. A ligação transita da teoria para a prática no programa de rádio Crónicas da Idade Mídia e também quando passa música em espaços de convívio. Ainda na escrita foi autor de Dossier Carlucci-CIA.

Tem mantido presença assídua nos media nas últimas décadas, em títulos como Seara Nova, O Diário, Diário de Lisboa, Século Ilustrado, Contraste, Jornal de Letras, O Militante, Politika, História, A Capital, Diário de Notícias, ou Expresso. Da imprensa passou para o comentário televisivo, primeiro na RTP, actualmente na SIC Notícias, embora mantenha um espaço regular de opinião no Expresso.

Membro do comité central do Partido Comunista, e ainda um dos responsáveis pela organização da festa do Avante e seu principal mentor,  em 2005 encabeçou a lista da CDU à Câmara de Lisboa, a primeira depois das coligações maioritárias com o PS. Repetiu em 2007, mas a força política perderia um dos dois vereadores que tinha eleito. O camarada de lista e substituto na vereação, Miguel Tiago, afirma que “o Ruben usa o seu conhecimento para contribuir para o seu trabalho. Uma das tónicas do relacionamento com ele é a capacidade que ele tem de nos estar constantemente a dar informação para enriquecer a nossa capacidade de interpretação das coisas. Eu não sei onde é que ele vai buscar tanto conhecimento. Eu conheço muitas pessoas que são licenciadas em História e não têm este grau cultural. Isto significa — acrescenta ainda Miguel Tiago —  que, além do que se aprende na escola, o Ruben faz um esforço por actualizar e aprofundar o seu conhecimento. Não é certamente do curso. É um gosto que ele tem pelo aprofundamento das coisas e que enriquece depois o seu trabalho. Ele não só não se recata, como julgo que faz sempre os possíveis por me envolver a mim e aos meus camaradas (…)”. – fim de citação.
                           
Leitor compulsivo, a História é a sua área de eleição. Com ela entende-se melhor a politica e o jornalismo. Costuma dizer, aliás, que um bom conhecimento da História é a principal ferramenta para quem quer exercer o jornalismo.

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